Indicadores de sustentabilidade para avaliar os sistemas de aquicultura

A aquicultura é um dos setores de produção alimentar de crescimento mais rápido em todo o mundo, pelo que é desejável avaliar a sustentabilidade dos sistemas aquícolas. O objetivo deste estudo era desenvolver uma carteira de indicadores quantitativos de sustentabilidade económica, ambiental e social para avaliar os diferentes sistemas aquícolas. Os indicadores foram desenvolvidos de 2003 a 2016, combinando métodos descendentes e ascendentes, juntamente com observações práticas em instalações aquícolas experimentais e comerciais. Propõe-se um total de 56 indicadores económicos (14), ambientais (22) e sociais (20). Os indicadores de sustentabilidade económica revelam o grau de eficiência na utilização dos recursos financeiros, a viabilidade económica, a resiliência e a capacidade de absorver os custos externos negativos e de gerar fundos para reinvestimento. Os indicadores ambientais refletem a utilização dos recursos naturais, a eficiência na utilização dos recursos, a libertação de poluentes e subprodutos não utilizados e o risco de redução da biodiversidade. Os indicadores de sustentabilidade social refletem a capacidade de gerar benefícios para as comunidades locais, incluindo emprego e segurança alimentar, distribuição equitativa dos rendimentos, igualdade de oportunidades e inclusão das populações vulneráveis. Os indicadores assim desenvolvidos podem ser utilizados à escala agrícola, regional, global ou setorial. São quantitativos, amplos, cientificamente sólidos, fáceis de compreender e de interpretar, exequíveis em explorações agrícolas ou em estações de investigação e permitem a comparação em diferentes escalas de espaço e de tempo. Assim, podem ser utilizados para avaliar sistemas de produção e comparar diferentes tratamentos experimentais em experiências de investigação. Podem também ser utilizados por organizações de certificação, investidores e decisores políticos. Permitem a realização de diagnósticos, a identificação de pontos fortes e fracos, a definição de objetivos e a determinação de ações, bem como a avaliação da eficácia das ações e das políticas públicas.