Resistência antimicrobiana na aquicultura: Conhecimentos atuais e alternativas para resolver o problema

A aquicultura é um setor em rápido crescimento que representa atualmente quase metade do peixe utilizado para consumo humano em todo o mundo. São utilizadas práticas intensivas e semiintensivas para produzir grandes unidades populacionais de peixes, mas ocorrem frequentes surtos de doenças e a utilização de agentes antimicrobianos tornou-se uma prática habitual para os controlar. A pressão seletiva exercida por estes medicamentos, geralmente presentes a níveis subterapêuticos durante períodos prolongados na água e nos sedimentos, proporciona condições ideais para o aparecimento e a seleção de estirpes bacterianas resistentes e estimula a transferência horizontal de genes. Atualmente, é amplamente reconhecido que a passagem de genes resistentes aos antimicrobianos e bactérias resistentes da criação aquática para a criação de animais terrestres e para o ambiente humano e vice-versa pode ter efeitos prejudiciais para a saúde humana e animal e para os ecossistemas aquáticos. Há que envidar esforços a nível mundial para pôr termo à utilização excessiva de agentes antimicrobianos na aquicultura e incentivar as partes interessadas a adotarem outras medidas de prevenção de doenças. Definir um novo caminho é crucial para conter a ameaça crescente da resistência antimicrobiana.