Revisão de alternativas à utilização de antibióticos na aquicultura

Com o rápido crescimento da produção aquícola desde a década de 1980, registou-se um aumento concomitante dos surtos de doenças. A utilização injudiciosa e/ou incorreta de agentes antimicrobianos contra doenças das espécies aquáticas de criação constitui uma ameaça considerável para o desenvolvimento e o crescimento de uma indústria aquícola bem-sucedida e sustentável. Um aumento da resistência antimicrobiana (RAM) é uma consequência importante, resultando na dificuldade em tratar doenças bacterianas comuns em populações de organismos aquáticos, combinada com a presença de resíduos de antibióticos nos peixes alimentares e seus produtos, conduzindo a recusas de importação e a impactos negativos no comércio internacional. A fim de reduzir a frequência da RAM, as boas práticas aquícolas e de biossegurança eficazes devem incluir a utilização prudente e responsável de antibióticos e também considerar a utilização de alternativas aos antibióticos, para além da gestão da prevenção de doenças. Este artigo analisa a literatura sobre o âmbito do problema relacionado com a utilização de antibióticos, a emergência de RAM na aquicultura e a análise e discussão de alternativas viáveis (por exemplo, vacinação, bacteriófagos, quórum, probióticos e pré-bióticos, anticorpos das gemas de ovo de galinha e derivados de plantas medicinais). São também debatidos os ensinamentos retirados de estudos de casos específicos, como a vacinação de salmão de viveiro na Noruega e a utilização de sementes «isentas de organismos patogénicos específicos» como parte principal e essencial de uma estratégia de biossegurança.