Situação atual da indústria de produção de algas na Europa: Um setor emergente da bioeconomia azul

A Estratégia Bioeconómica da UE visa apoiar o crescimento sustentável e o desenvolvimento dos setores de base biológica da UE, criando simultaneamente emprego, inovação e serviços. Apesar do reconhecido potencial da cadeia de valor da biomassa de algas, continuam a existir lacunas de conhecimento significativas no que diz respeito à dimensão, capacidade, organização e estrutura da produção de algas na Europa. Este estudo apresenta e analisa os resultados de uma cartografia exaustiva e caracterização pormenorizada da produção de algas à escala europeia, abrangendo macroalgas, microalgas e cianobactérias Spirulina. Este trabalho cartografou 447 unidades de produção de algas e Spirulina espalhadas por 23 países, o que representa um acréscimo importante ao número comunicado de países produtores de algas. Mais de 50 % destas empresas produzem microalgas e/ou Spirulina. A produção de macroalgas depende ainda da colheita de unidades populacionais selvagens (68 % das unidades de produção de macroalgas), mas a aquicultura de macroalgas (em terra e no mar) está a desenvolver-se em vários países da Europa, representando atualmente 32 % das unidades de produção de macroalgas. A França, a Irlanda e a Espanha são os 3 principais países em número de unidades de produção de macroalgas, enquanto a Alemanha, a Espanha e a Itália representam os 3 principais países para as microalgas. Os produtores de Spirulina estão predominantemente localizados em França, Itália, Alemanha e Espanha. A biomassa de algas e Spirulina destina-se principalmente a aplicações alimentares e relacionadas com alimentos, incluindo a extração de produtos de elevado valor para suplementos alimentares e produtos nutracêuticos. A produção de algas na Europa continua a ser limitada por uma série de obstáculos tecnológicos, regulamentares e relacionados com o mercado. No entanto, os resultados deste estudo sublinham que o setor europeu das algas tem um potencial considerável de desenvolvimento sustentável, desde que sejam abordados os desafios económicos, sociais e ambientais reconhecidos.